sábado, julho 05, 2008

Depois do fim

Ateou-se fogo ao último escravo vivo e humano
Desde a revolução já se conta um ano
Dia de derrota e abandono
O homem confessou o seu maior engano

Sempre se tenta entender por que não soubemos como lutar
Contra nossa própria invenção
Hoje todos choram por terem passado a vida sorrindo
Sorrindo em vão

Não cometa um crime e fale de flores
Não se prenda a filmes de inúteis amores
Enquanto o mundo contorce de dor

O tempo de aparente paz, aliás,
Carrega por trás as verdades mortais
Duras verdades mortais

Aqueles que nos prometiam maravilhas
Nos destruiram sem piedade, com covardia
Nos guiaram rumo às armadilhas
Frias, escuras, ainda sonho com a luz do dia

Depois que se perde o que tem é que se compreende
Que o doce gosto do mel não se prende aos dentes
Mas envolve a saliva formando uma longa corrente
De gozo e luz